A prática da terapia cognitivo-comportamental (TCC) baseia-se num conjunto de teorias desenvolvidas com vista à formulação de planos de tratamento, orientando as ações do terapeuta. Esta abordagem assenta em dois princípios centrais:
têm uma influência controladora sobre as emoções e comportamentos; pelo que
pode afetar de forma significativa os padrões dos seus pensamentos e emoções.
“(...) se pudermos reorientar os nossos pensamentos e emoções e reorganizar o nosso comportamento, então poderemos não só aprender a lidar com o sofrimento mais facilmente, mas, sobretudo e em primeiro lugar, evitar que muito dele surja.”
Dalai Lama
Aaron T. Beck foi considerado o pioneiro no desenvolvimento de teorias e métodos para aplicar as intervenções cognitivas e comportamentais a transtornos emocionais
(Beck, 1963, 1964, cit. por Wright, Basco e Thase).
A emoção regula o comportamento: um processo que tende a ocorrer de forma tão automática que a maioria das pessoas não consegue percecionar a emoção que motiva determinada ação (comportamento) e que a leva a agir de uma determinada maneira.
Esta abordagem terapêutica considera igualmente a qualidade dos pensamentos e o impacto que pode refletir no comportamento. Um pensamento disfuncional é entendido pela falta de clareza da realidade, há uma distorção que impede uma auto-perceção saudável dos acontecimentos, traduzindo-se numa má interpretação de cada situação vivida.
Por sua vez e como consequência, aliado ao pensamento disfuncional, surge o comportamento disfuncional pela distorção da realidade. Ou seja, a pessoa faz uma interpretação errada de uma situação. A partir das emoções geradas por esses pensamentos, surge o comportamento disfuncional. Se a pessoa não encontrar uma maneira de confiná-lo, eventualmente poderá causar sofrimento a longo prazo.
As crenças pessoais são igualmente consideradas na terapia cognitivo-comportamental e têm como pressuposto o poder das crenças (verdades assumidas) que são geradas ao longo da vida, especialmente, as que são desenvolvidas e mantidas ao longo da infância. O tipo de experiências de vida poderão resultar na confirmação ou rejeição de determinada crença. Por exemplo, a crença de não merecimento de amor poderá ser confirmada mediante uma construção relacional pobre (crença confirmada) ou, por outro lado, as experiências de vida ulteriores afirmam um sentimento de auto-merecimento e valorização pessoal (crença rejeitada).
Para lá da influência dos pensamentos disfuncionais e das emoções, a interpretação do contexto e dos outros, são fortemente condicionadas pelo tipo de crença adotado.
Um dos grandes objetivos da Terapia Cognitivo-Comportamental passa pela sinalização e modificação de comportamentos prejudiciais através de um treino específico ao nível da gestão e regulação das emoções.
O resultado esperado refletir-se-á numa administração mais saudável, consciente e equilibrada de situações consideradas negativas.
Referências Bibliográficas:
Wright J., Basco M., Thase M. “Aprendendo a terapia cognitiva-comportamental”. Porto Alegre: Artmed, 2006