É uma das perguntas que mais receio provoca nos pais, um receio que pode ser dissipado pela simplicidade em responder com verdade e gentileza. Responda à criança aquilo que deseja, de facto, saber: os pais podem criar um menino ou uma menina.
Desfaça gentilmente as ideias que habitualmente as crianças desenvolvem, como por exemplo, de que as crianças nascem em hortas ou que são trazidas pelas cegonhas.
Depois desta fase, é importante que ambos os pais estejam preparados para o surgimento de outras perguntas. Sublinha-se o quanto é importante que tanto os pais, como outros familiares de referência, estejam conscientes das consequências negativas de evitar ou adiar o assunto.
As consequências de não responder
As consequências de não responder
- Desilusão por parte da criança e perda de confiança;
- Dá lugar à invenção de teorias repletas de fantasia sobre a gravidez e o parto, o que leva igualmente a uma procura autónoma por respostas, por norma, aos piores lugares;
- O ponto anterior resulta na má informação da criança, que tantas vezes procura saciar a sua curiosidade junto de colegas ou livros mal adaptados às suas necessidade ou à sua idade;
- Nessa sequência, a maioria das crianças assume a temática da sexualidade como algo de vergonho, que exige secretismo e, até, como algo vergonhoso.
Há uma idade favorável para falar no assunto?
O mais importante é perceber e assumir a individualidade de cada criança, perceber o que necessita e proporcionar-lhe no seu momento certo.
Não há uma idade a fixar antecipadamente. Dependerá sempre da evolução emocional da criança e das circunstâncias exteriores. Por norma, as primeiras questões surgem entre os 4 e os 7 anos de idade mas não é aconselhável fixar datas consideradas propícias.
Lidar com as perguntas difíceis
“A mãe está grávida porque comeu muito?”
É essencial que os pais estejam preparados para uma infinidade de questões, algumas extremamente delicadas. Vejamos três orientações no momento da resposta:
- Responder à criança sempre que ela faz perguntas.
- Não iludir as perguntas, nem as respostas.
- Não adiar a explicação para mais tarde.
“... mas o que devo dizer?”
Apontamos alguns exemplos práticos para lidar com este momento em família.
Sobre a «gravidez e o nascimento»:
Explicar de forma clara, com um tom de voz adequado, que uma criança se forma na barriga da mãe. Mais tarde, o bebé já é forte o suficiente para viver fora da barriga da mãe. Dizer-lhe, inclusivamente, por onde o bebé vem ao mundo.
O papel do pai:
Com simplicidade transmita a ideia de que só o pai e a mãe, em conjunto, farão um bebé. Sempre que possível, é determinante ao desenvolvimento emocional da criança perceber que a concepção resulta de um grande amor. Pode também socorrer-se de exemplos da reprodução nos animais e até nos vegetais. Um livro adicional sobre ciências naturais poderá ser, também, outro importante recurso.
De tão simples, parece complicado.
A verdade, revestida de uma comunicação afetuosa, não tem como falhar.
Referências bibliográficas:
- Moura, A. “A Educação da Criança”, São Paulo: Livros Horizonte
- Loomans, D., Loomans, J. “100 ways to build self-esteem and teach values”, California: H J Kramer Book, 1994